Crônica - “Recém-advogados” e a “Casa do Terror"
- Cléia Suzy e Wendell Lopes e
- 14 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

O bom de conviver nas Instituições de Ensino, assim como qualquer setor da sociedade que envolva grupos de pessoas, seja na vida profissional ou social é que sempre existirá situações e lendas no mínimo curiosas.
Na Unic não poderia ser diferente. Os veteranos do curso de Direito comentam com muita descontração que o início de cada semestre e a inclusão de novos calouros, torna o ambiente bem diferente, nas primeiras semanas de “estreia”. Eles povoam os corredores como se fosse um desfile de moda sob o tema Judiciário e Tribunais.
As meninas disputam quem tem o tailleur mais parecido com advogadas e os meninos com ternos de gosto duvidoso e gravatas suntuosas. Lembrando que isso jamais é exigido pela Instituição. Mas até se tratam por doutor e doutora em seus primeiros dias de curso, com aquelas carinhas de anjos de vinte e alguns anos e que faz a festa dos veteranos.
Realmente é uma empolgação louvável desses jovens. Pena que a partir do segundo semestre a coisa começa a intensificar e a seriedade do curso começa a exigir bem mais o que tira o sonho de muitos desses aspirantes a juízes, delegados, desembargadores fazendo com que suas metas fiquem pelo meio do caminho.
Às vezes nem sabem que bem ao lado de seus pavilhões existe um ambiente no mínimo tenebroso! É onde funciona o Laboratório de Anatomia ou, como diz os irônicos, o Necrotério da Unic.

A fachada não ajuda em nada a melhorar essa má-impressão. São duas portas aparentemente suspensas onde, de longe, dá a impressão de se ver duas macas de IML, a área externa muito bem cercada por grades nem tanto transparente e seu único acesso é através de uma escada espiral que dá o tom da limitação de entrada.
Movido pela curiosidade de tanto boato no lugar, ele(*) foi observar mais de perto, tentar entrar mas ... impossível! Foi então que resolveu exercitar seu espírito investigativo, já que é estudante de Jornalismo, começou seu trabalho entrevistando pessoas. E os relatos são os mais estapafúrdios.
Ouviu que toda quarta-feira tem autópsia à noite, que restos humanos são jogados na lixeira da própria Unic e outros ousam dizer que até crematório existe, para se livrarem dos corpos depois das aulas de Anatomia, afinal “toda semana chega sempre dois corpos ‘novos’ .
Isso não fez ele acreditar nenhuma vez em nenhuma das versões absurdas que ouviu, mas queria um desfecho para sua busca de informações. Tinha de haver uma verdadeira.
Decidido, passou 32 minutos aguardando ser atendido por um solícito Coordenador do Curso de Medicina. Após justificar ser um trabalho meramente de Faculdade gostaria de conhecer o lugar. Sem fotos, só anotações. Recebeu então o banho de água gelado que não esperava: o professor apenas falou que, como o nome diz, no Laboratório só existe estantes com potes de vidro transparente contendo partes do corpo humano como mão, joelho, fígado, etc e que são meramente ilustrativos para otimizar a condução das aulas.
O universitário curioso foi então para casa. Seu mundo havia desabado!
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