Calouro depois dos 50
- Fabrício Almeida e Kerolayne Chaves
- 28 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Em dez anos, cresceu 182% o número de universitários mais velhos. Saiba o que tem levado essa turma para a sala de aula.
Uma multidão de estudantes na casa dos 20 anos que, entre uma prova e outra, gasta o tempo com festas e flertes. Essa é a imagem clássica associada aos universitários. O estereótipo, porém, está ameaçado por um público crescente nas salas de aula das faculdades, o dos alunos com mais de 50 anos.
Eles têm idade para ser pais, às vezes, avós de seus colegas de classe e não formam um perfil exatamente homogêneo. Enquanto uns estão pondo os pés pela primeira vez em uma faculdade, outros já conhecem de longa data a engrenagem da vida acadêmica.
Apesar do currículo escolar variado, trazem em comum a experiência de vida e uma relação madura com os estudos. A presença de estudantes mais velhos nas faculdades é uma tendência forte segundo dados do Ministério da Educação. Se o aumento do número de alunos com menos de 50 anos foi de 73% entre 2000 e 2010, para a faixa com mais de 50 anos o crescimento foi de 182%.
Financiamento facilitado e mais vagas nas universidades públicas são alguns dos fatores que levam quem já passou dos cinquenta a tomar coragem para encarar os bancos universitários e realizar o sonho do diploma. A cobrança cada vez maior por capacitação também conta.

A vida universitária, porém, não é novidade para todos os alunos, alguns como a professora de história aposentada Terezinha Alvarenga, de 52 anos, já conhecem de longa data a rotina de estudante universitário. Aluna da turma do 6º semestre de Jornalismo na Universidade de Cuiabá (Unic), ela está de volta à universidade depois de 24 anos para a realização de um sonho de se tornar jornalista de profissão. Na turma, é a mais experiente e serve de exemplo até para quem, assim como ela, não é mais jovem.
Uma característica comum a quem encara o curso superior após os 50 anos é ir para a sala de aula sem o peso de uma angústia própria dos jovens: a de ter uma profissão para fazer carreira e ganhar dinheiro. Muitos desses alunos já se aposentaram e, por isso, a preocupação é com o conhecimento adquirido e o convívio social. Essa última oportunidade, inclusive, tem sido cada vez mais explorada por idosos que não querem se isolar.

Terezinha e seus colegas de curso.
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Kerolayne Chaves
Kerolayne Chaves, 23 anos, cuiabana de "tchapa e cruz", jornalista em formação e paixão. Sonhadora, com muita fé, buscando a cada dia ser melhor, não perfeita, apenas melhor. Atualmente é estagiária na TV Vila Real-Filiada da TV Record em Cuiabá.
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